quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

12 anos de Escravidão


E se de uma hora para outra, te sequestrassem e te fizessem escravo por 12 anos?
O filme 12 Anos de Escravidão, começa com essa pergunta, ecoando fortemente em minha cabeça.
Por muitos momentos durante todos os 134 minutos de filme, eu me coloquei na situação daquele homem, sendo torturado psicologicamente e fisicamente, tendo que humilhar-se e tendo o direito de sua liberdade roubada. Sim é um filme revoltante, triste e ouso dizer desconfortante. O filme me fez olhar para dentro de mim, repensar meus valores e é de certa forma irônica, falar valores tratando de um filme de escravidão.
Fui lavado a conhecer esta obra depois que li, um texto crítico no jornal A Folha de São Paulo, que eu disponibilizo aqui em baixo:


'12 Anos de Escravidão' é o melhor e o mais necessário filme em muitos anos
RAUL JUSTE LORES DE WASHINGTON Só mesmo a bilheteria modesta e o tema indigesto para plateias adormecidas com pipoca fazem "12 Anos de Escravidão" ter que competir com "Gravidade" pelo Oscar de melhor filme. Seria como pôr Meryl Streep e Sandra Bullock no mesmo patamar.
"12 Anos...", dirigido pelo britânico Steve McQueen ("Shame"), é o melhor filme de Hollywood, e o mais necessário, em muitos anos.
"É o primeiro filme que torna impossível continuar vendendo mentiras e mistificações sobre escravidão por mais de um século", escreveu a crítica de cinema do "New York Times" Manohla Dargis.
"Levou um século para vermos o impacto do chicote em um corpo nu", redigiu David Thomson, da revista "New Republic", lembrando a condescendência com os negros desde "E o Vento Levou".
O longa é baseado na autobiografia publicada em 1853 do violinista Solomon Northup (interpretado por Chiwetel Ejiofor), negro livre em Saratoga, Estado de Nova York, que é sequestrado enquanto se apresenta em Washington e vendido como escravo na Louisiana.
Não há senhores de escravos bonzinhos, epifania de personagem branco que descobre que a escravidão (ou o racismo) é algo errado, nem flerte entre o homem branco e a escrava negra. Mostra, sem meio tom, os estupros constantes do senhor de escravos Epps (Michael Fassbender) contra sua favorita, Patsey (Lupita Nyong'o).
A mulher de Epps, com ciúmes de Patsey, agride repetidamente a "rival", nessa nada romantizada "Casa Grande e Senzala" americana.
Northup aprende cedo que a submissão é requisito para se viver e a esconder que é alfabetizado. Tampouco vira melodrama --o intelectualizado Northup quer realmente entender o sistema que permitiu a lógica da escravidão.
A autobiografia levou 160 anos para chegar às telas e custou apenas US$ 20 milhões, equivalente ao cachê de um único astro hollywoodiano. A participação de Brad Pitt abriu bolsos.
"12 Anos de Escravidão" pode render o primeiro Oscar já dado a um diretor negro. Até pode perder para a linguagem new age no concorrente "Gravidade", mas já é o filme imperdível do ano.
(Trecho retirado do site do jornal A Folha de São Paulo, fevereiro 2014)


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Aproveito pra colocar a visão de uma das frequentadoras do site, que conta sua visão maravilhosa do filme:

"Imperdível. É um filme cruel, porque a escravidão negra foi cruel. É um filme real (há uma cena de uma escrava tendo seu corpo nu chicoteado por seu "senhor" sádico que dá a dimensão da barbárie do ser humano) porque baseado em uma história ainda mais real, que permite desmistificar a escravidão americana, uma das mais cruéis que se tem notícia. A potência americana foi erguida com o suor, o sangue e a vida de negros escravizados e estigmatizados por sua cor após o fim da escravidão. O filme deixa claro que nunca existiram senhores de escravos bonzinhos e que o sonho americano foi erguido em cima do "esquecimento" desta parte terrível da história dos EUA. O filme é uma espécie de acerto de contas do diretor negro (nenhum diretor negro recebeu o Oscar americano até hoje...) Steve McQueen, que durante o lançamento do filme disse uma grande verdade: "Hollywood ignora a escravidão. A Segunda Guerra Mundial (1939-1945) durou cinco anos e há centenas e centenas de filmes sobre a Segunda Guerra e o Holocausto. A escravidão durou 400 anos e há menos de 20 filmes. Nós temos que reparar esse equilíbrio e olhar para esse período da história da escravidão negra".

Espero que Gostem do filme!!


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