segunda-feira, 21 de agosto de 2017

Tu pode me ouvir?

Faz tempo que não escrevo pra você, acho que nos distanciamos, acho que de fato você morreu... Ontem por um breve momento eu quis correr pra te abraçar e te dizer: Não chora mainha, vai da tudo certo! Eu imaginei que a notícia te traria um pouco de insegurança. Talvez eu esteja errado, posso ter imaginado uma reação errada, é que eu queria mais um tempo com você, assim eu poderia saber com exatidão sua reação.
Eu lembrei de você mais fiquei triste e achei melhor afastar essa lembrança. Talvez eu que esteja inseguro e querendo seu abraço e as palavras que acalmaria.
- Tu pode me ouvir? Eu ainda estou guardando alguns segredos que só poderia contar pra você.
- Tá bom, eu sei que tudo dará certo.
- Mainha preciso te contar... você será avó, mais não precisa a preocupar tá? Vai dar tudo certo.

sábado, 12 de agosto de 2017

Não me reconheço

Alguns trabalhos obrigatoriamente precisam dar certo. Precisam ser maleáveis, reajustaveis e desapegados. Não estou falando do serviço com esses adjetivos e sim dos que se propõem realiza-los.
Fico chateado com algumas posições e contrapontos expostos que descaracteriza minha certeza. Não pela discordância levantada contra minha opinião e sim pela falta dela no momento em que se fazia necessária a discussão. Após a problemática resolvida, mesmo que você se contraponha, a solução é aquela e pronto, se não concorda que então silencie.
Talvez eu tenha perdido um pouco da personalidade voraz que me fazia brigar pelo que eu acredito. Talvez eu tenha entendido que ser maleável e desapegado de minha opinião central tenha feito de mim alguém menos eu.
Esses dias não foram bons pra mim, o impuzidor deixou-se ser vítima, abriu mão de si, mesmo com a certeza de que o que foi decidido estava correto, por mais que implícitamente. Ainda não sei o que ganhei com isso.
Talvez eu tenha deixado esse talvez tomar forma de concretude. Não abrirei mais mão de ser quem eu sou e do que eu sou em nome da política da boa vizinhança. Ou será que eu mudei tanto ao ponto de não me reconhecer mais?
O Ninho que eu conheço se conhecia.

segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Minha missão é tocar no coração de alguém

É difícil ser líder, constato isso na prática diária de abrir mão muitas vezes de mim, para oferecer o melhor de mim, mesmo estando ruim. A prática de silenciar, pedir perdão, reconhecer a miséria me leva para mais próximo de Deus.
Claro que eu me sinto muitas vezes magoado, triste e  desafiado com a missão. Trabalhar essas emoções é muito difícil, tive que esquecer que estava mal hoje, para poder dar aquilo que não esperavam de mim.
Deus ele vem em nosso socorro, ele tem o poder de transformar a imagem que por algum motivo as pessoas tem da gente.
Luto todos os dias, para não cair no pecado da arrogância e insensibilidade espiritual. As pessoas esperam sempre o pior da gente, a luta para quem está certo ou errado é enorme. Decidi que hoje, seria Deus o dono da razão.
Uma vez ouvir que nosso serviço se torna oferta quando é para o outro, se não chega ao coração do irmão, é apenas um serviço. Dentro da missão que hoje eu sirvo, minha intenção não é ensinar, ser dono da razão, ser reconhecido. Minha missão é tocar no coração de alguém, é mostrar o quanto eu posso ser divino, sendo miserável, através da ação santificadora de Cristo.
Nem sempre conseguirei, mas, eu tentarei. Aprendemos errando, mudando, dando a cara a tapa. No final, terei a certeza de que meu serviço tornou-se oferta.

Somos reflexos de nossas escolhas...

Somos reflexos de nossas escolhas. Nossa personalidade pode até ser alterada caso desejemos. Eu optei em ser eu, vestindo o melhor sorriso, minhas caras e bocas, cruzando as pernas, me ajeitando pra falar, sendo grosseiro, direto, sincero, amigo, carinhoso, sensato, justo.
Somos reflexos de nossas escolhas e eu escolhi não ser um personagem, não ser feito de bobo da corte. Sou o que sou, porque antes de qualquer coisa eu escolhi ser assim. Não sou o tipo de pessoa que se preocupa com o que acham sobre mim, porque na maioria das vezes são interpretações tão isoladas e tão delas e as pessoas nem são minhas. Soa prepotente né? Mais quem disse que eu não sou?

Psiu!

Algumas pessoas ainda não aprenderam que boca fechada não entra mosca. Infelizmente essa realidade, vem atrapalhando o bom funcionamento das nossas equipes. As consequências do tagarela é a exposição da equipe, como também a falta de credibilidade e confiança. E mostra o quão individual e egoísta é a natureza dessa pessoa.

1. E se o seu padre confessor, resolvesse contar para seu melhor amigo, irmão, namorado (a), pai, mãe os pecado confessados como você se sentiria?
2. Você voltaria a confessar-se com ele?
3. Como você se sentiria?

Trabalhar em equipe é muito difícil. Controlar a empolgação para não dividir informações sigilosas e opiniões expressadas durante nossas reuniões é uma das mais importantes funções do jovem dirigente.

Trabalho em equipe...

Trabalhar em equipe requer de nós um esforço grandioso. Compreender que caminhar sozinho já não pode ser mais uma escolha e passa a ser uma decisão pelo bem comum. Se engana quem pensa que divergir, significa desunião. Precisamos compreender que a cooperação de um trabalho, é importante para nosso crescimento profissional e espiritual.
Recordo aqui da passagem bíblica, onde Jesus convida (convoca) seus discípulos. Muitos daqueles homens nem se conheciam e a partir do convite do Salvador, dividiram a missão de serem propagadores do Reino de Deus. E acredito que não tenha sido fácil pra eles, assim como muitas vezes não é pra gente.
Trabalho em equipe, precisa sempre se reajustar: no horário de uma reunião, no silêncio de uma provocação, na sinceridade das palavras e no exercício principal do cristão, o perdão. Trabalhar em equipe, é ruim, para quem está acostumado a caminhar sozinho, uma dica que podemos dar é paciência jovem! É difícil mudar o que estamos habituados a fazer e ser.
Não se pode dar continuidade à missão, com raiva do irmão. Seja por um motivo grandioso ou até mesmo pelo mais bobo que seja. Não custa nada, olhar o outro com um olhar mais misericordioso. Faço aqui um paralelo, com a figura maternal de nossa Senhora, mãe amorosa e segura nos desejos de Deus, que nos enxerga como crianças que necessitam de um afago. Sejamos então, um pouco de Maria para nossos parceiros de missão.
A divisão - amizade e dirigência, precisa acontecer. Lembrem-se que uma amizade pode durar uma eternidade, e a missão como dirigentes paroquiais tem prazo de validade. Cabe a nós decidirmos o que é mais importante.
"Mais vale um cirineu que nos ajuda a carregar a nossa Cruz, que um soldado que te chicoteia!"
É bom que tenhamos opinião formada, questionamentos a fazer. Mas, que não esqueçamos o respeito e a obediência à hierarquia na qual somos obrigados a viver, CRISTO É O CENTRO, A AUTORIDADE MAIOR E ETERNA, as outras hora ou outra passarão. Escutar o outro, não deveria ser um tormento para nós. Reavalie, mude, conserte, se desculpe, não podemos sair de uma reunião, com assuntos a serem tratados. Com medo da opinião dada ser vazada, e com o sentimento frustrante de voto vencido. Haverão momentos em que nossa opinião não será aceita, que ficaremos tristes por não nos ouvirem e acatarem nossa sugestão, mas, é preciso entender que a idéia do outro,  deve se tornar a minha, quando decidido por sua maioria ou até mesmo pela autonomia da sua função.
A certeza de que somos humanos e erramos, deve ser fonte de graça e aprofundamento espiritual. É assumindo nossos erros e deficiências que encontramos conforto nos braços de Deus.
Alguém um dia vai ter que ceder pelo bem comum e pela preservação da amizade. Volto a dizer que mais vale ter um amigo Cirineu, que um soldado.
Estamos presos uns aos outros administrativamente ou missionariamente. Precisamos encontrar um JEITO de trabalhar.
"É Preciso que eu suporte três ou quatro larvas, se quiser conhecer as borboletas"
Perder aqui, pra ganhar mais na frente.

Paz e bem!

Desafios quanto setorial

O que me surpreende no ser humano não são suas ações, definitivamente isso não me surpreende. O que me surpreende e espanta são suas intenções. O que eles querem conseguir a todo custo. Passar por cima das pessoas, usarem elas como peças de um tabuleiro, para conseguirem um xeque-mate.

Quem manda? Quem está certo? Uma luta desnecessária construída através de uma desobediência. De fato, o ser humano articula demais para ser feita sua vontade. É definitivamente triste constatar que a oração do Pai-nosso é meramente ilustrativa. Colocar as pessoas como os personagens vilões, enquanto será sempre o mocinho é no mínimo ardiloso demais.

Em mais um ano de missão chego a conclusão que goiaba nunca será maracujá.

Sozinho.

Acho que o coração advinha, hoje eu estava querendo me sentir amado, querido, predileto. Hoje eu quis estar rodeado de amigos, conversar e rir até as bochechas doerem.
Hoje observei que alguns amigos me buscam quando precisam. Reduzem a minha presença a falsa fala. Experimento no dia de hoje o doce amargo de não ter nada pra ofertar, portanto não mereço atenção.
Hoje ressoa em minha mente o silêncio da frase ouvida outrora que dizia "Psiu! Depois conversamos." Com a clara intenção de me deixar de fora da conversa do grupo de amigos.
Hoje eu estou sozinho com a vontade de ser amado, de trocar meias palavras e rir até as bochechas doerem. Hoje não por escolha minha, eu serei meu melhor amigo. Graças a Deus eu aprendi a curtir minha presença. Hoje eu entendi que você vale o que tem e só posso oferecer minha presença.

Ou eu, ou ele!

Minha maior luta como cristão é na maioria das vezes comigo mesmo. É diminuir para que Cristo cresça, é ser vencido por Deus diariamente, é encontrar sentido na missão para continuar nela.
    Continuar amando a minha cruz mesmo que ela me cause tantas feridas é o meu grande segredo. Eu me encontro tão cansado de algumas realidades que o desânimo bateu em minha porta e sem forças para lutar eu a deixei entrar.
Agora sem a empolgação do novo, enxergo além de realidades espirituais diferentes a grandeza de algumas pessoas em tornarem-se o que elas tanto almejaram, donas não só de si, mais de toda missão que deveria ser fruto de Deus e oração. É triste constatar isso, mas é a mais pura verdade. Eu mesmo quando percebi que estava toamando de Deus as rédeas da minha missão, no mesmo instante as devolvi, reconheço que não tenho talento para ser Deus.
    Quero ser surpreendido ainda nessa missão com a proteção ofertada por Jesus aquela prostituta quase apredejada. Com o olhar de Jesus para a grandiosa pequenez de Zaqueu. Com a dura e libertadora conversa de Jesus e a samaritana. Com a misericórdia de Jesus para o ladrão crucificado ao seu lado e por fim ser surpreendido por Deus filho com a fala: " A tua fé te salvou!".
   No final será ou ele ou eu. E eu espero que seja ele o vencedor.

Talvez eu tenha subestimado Deus...

Talvez eu tenha subestimado a Deus nesse encontro, talvez eu tenha saído de casa na sexta pensando que seria um encontro metódico, funcional e igual aos outros. Eu me enganei, revivi meus dias de encontro, reencontrei a Deus e me senti especial. Deus tem mania de me surpreender, tem mania de dizer a mim: - Eiiii seu Ninho, vamos nos divertir hoje?

Hoje ao chegar aqui percebi que faria tudo de novo, que meu sim ressoaria de alguma forma na vida desses encontristas, desses encontreiros. Que sentiria falta desse encontro. Senti emoções que não senti nem na minha própria paróquia. Talvez eu tenha levado a sério demais o desapego esse ano... por esses três dias eu fui Jatiuca. Eu fui divino... melhor têmos sido jatiuca, poço, CDA e Matriz por esses 7 meses... Deus tem mania de me surpreender, me apresentou a Anne que no primeiro dia com sua sensibilidade viu em mim algo que eu já não via a tanto tempo. Me apresentou Bruno que aparentemente é calado mais foi personagem principal das minhas risadas mais sinceras (olhe que essas risadas vieram como água no deserto se comparado a vontade chorar e chutar o pau da barraca). Conheci o Netinho, desconfiado pro meu lado, receioso e sério. Mas, nesses três dias encontrei um cara sensacional, que rir, que solta piada, que acolhe e se doa ao máximo, levou ao pé da letra o trecho do tema que diz " servo por amor". Aí eu reencontro minha amiga, emponderada, simples e humana. Uma Elaine que eu sabia da existência mais não tinha tido a oportunidade de conhecer de perto. Saíremos daqui com a certeza de que erramos querendo acertar, magoamos querendo amar e que fomos extremamente agraciados por esse encontro. Eu ja disse a vocês que Deus tem mania de me surpreender?
Obrigado, vocês me surpreenderam!

Não sejam Deus!

Já tive muitas experiências com Deus. Se parar pra ler algumas histórias da bíblia poderia facilmente substituir os nomes dos personagens por Ninho.
Hoje tenho a oportunidade de escrever mais uma história com Deus. Dessa história sairá outras histórias e outras histórias. O EJC ainda é mágico, ainda está vivo, ainda proporciona um encontro com Cristo e ainda me faz voltar ao primeiro amor.
Não quero sair daqui com a imagem e sensação vitoriosa de que ganhei mais um encontro pro meu histórico. Com a imagem de que sou importante, de que sou um grande cara, o melhor dos caras. Não quero ser lembrado pela posição que hoje ocupo e que tem prazo de validade. Definitivamente eu não sou a melhor pessoa do mundo, não estou certo sempre, ainda não fui canonizado e ainda estou aprendendo a ser um cristão melhor.
Falo isso porque o Ejc te impulsiona a pensar assim em alguns momentos. Eu sou fruto de um encontro que ainda muda vida após 45 anos de fundação e 21 em nossa arquidiocese, continuo sendo o mesmo vaso de argila, a ovelha perdida, o filho pródigo, a prostituta, Tomé, Cirineu, Marta e Maria, A samaritana, continuo tendo reencontros com Deus que me mudam, que me melhoram e que me fazem crescer como cristão. Será assim com vocês também, não desistam, não desanimem e principalmente não queiram ser Deus.

Estou barulhento por dentro

Às vezes estou barulhento por dentro. É como se eu gritasse e não pudesse ser ouvido, é como se o mar coubesse dentro de mim, mas, ele não ...